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Diz o povo que só nos lembramos de Santa Bárbara quando faz trovões... Somos mesmo assim... Eu também tenho sido mas sinto que isso também faz parte do nosso crescimento. entra-se nesse ritmo de ausência de ritmo e não é fácil sair... E quando damos por nós já não rezamos há muito... E Deus torna-se um conhecido e deixa de ser um amigo... E nós tornamo-nos menos pessoas, menos humanos, menos cristãos, menos... Ficamos aquém do que podemos ser porque o que a nossa inactividade está a fazer é a amputar parte importante de nós mesmos. (Perdoem-me a violência das minhas palavras, mas às vezes temos a tentação de pensar e sentir que as nossas faltas de acção e iniciativa são menos faltas que as asneiras que vamos fazendo. A mim parece-me que são mais graves porque mais insidiosas, pelo menos quando fazemos asneira temos a coragem de fazer qualquer coisa.) Li há muito tempo algo que me marcou: "O cristão vive para rezar e reza para viver!" e cada vez mais sinto a verdade destas palavras: a oração (leia-se relação íntima com Deus Pai que me Ama e a quem eu quero amar cada vez mais!!) leva-nos mais longe porque tem consequências enormes nas nossas vidas, consequências práticas. A proximidade de Deus transforma-nos e com as nossas limitações ajuda-nos a sermos cada vez mais iguais a nós mesmos e ao projecto de felicidade e verdade que O Seu Amor tem para cada um de nós. A proximidade e intimidade de Deus revela a Sua e a nossa Verdade.

É certo que a nossa história também passa pelo deserto, pela dificuldade em O sentirmos, experimentarmos, vivermos, mas quando somos capazes de, independentemente das nossas dificuldades, mantermos vivo o espaço de encontro que cuidadosamente vamos criando com o Senhor, até mesmo o deserto floresce, até mesmo as nossas dificuldades se tornam belas, importantes e suportáveis...

Este blog tem-me ajudado a rezar, mais e melhor. ainda estou longe da Sua vontade, mas estou a caminho e sei que Ele me espera de braços abertos. de facto sei que Ele já está aqui..


É muito mais fácil sermos/termos/usarmos máscaras que vamos inventando à medida que a nossa história se vai escrevendo. A maior parte das vezes que sinto isto em mim não tem a ver tanto com conformismo da minha parte em relação a pressões externas mas sim à falta de conhecimento de mim mesmo: é mais fácil inventar ou assumir uma persona que seja o que se está à espera do que ir ao mais fundo de mim, saber quem sou e ser. Simplesmente ser!
Este ser para mim não é unicamente um ser humano é Ser e realizar o que de mais fundo a vontade de Deus tem para mim. A razão de não sermos completamente felizes aqui e agora prende-se com isto mesmo, com a luta constante, e a angustia que daí advém, entre o que transparecemos (até mesmo para nós mesmos) e o que somos no mais fundo do nosso ser e nos sonhos de Deus.
Deus ama-nos mas não pode amar as nossas máscaras porque são mentiras, fábulas, fantasias que vamos construindo para acalmar, aconchegar a nossa alma e dar alguma tranquilidade à nossa vida. E muitas vezes resulta ainda que temporariamente mas cedo chegamos à conclusão que isso é insuficiente e nessa epifania cresce ainda mais a angustia de estarmos longe... longe da vontade de Deus e da Sua verdade, e como consequência da nossa verdade.
E no meio deste processo todo tem alturas em que me sinto muito cansado parece que saio sempre derrotado desta luta. É desesperante sentir que a história se vai sempre repetindo como um ciclo vicioso que, na maioria dos casos, não consigo romper. Na maioria dos casos... Mas vou tendo, de qualquer das formas, algumas vitórias e fico muito feliz com isso. Nos que me rodeiam também aprendi a reconhecer igualmente as suas vitórias neste combate, mesmo que eles nem se apercebam que luta é que estão a travar...
Quero mesmo ir mais longe, como dizia noutro post, arrancar de mim o que é aparente, fantasia e máscara para que aquilo que fica desse vazio deixado por todas as minhas ilusões, seja a vontade de meu Pai. Para que na Sua vontade eu seja (e faça todos à minha volta) feliz.

São os nossos medos que, muitas vezes, nos impedem de ir mais longe. Sendo que este mais longe não é medido com metros, ou quilómetros ou mesmo anos-luz... É um mais longe do trajecto interior que cada um faz na sua história. Crescemos, caímos, levantamo-nos, rimos, choramos, ajudamos, somos ajudados... É a nossa existência humana, a nossa realidade, são as nossas escolhas. É um mais longe que melhor seria se dissessemos "mais fundo", mais verdadeiro, onde Deus se revela em amor e verdade e, na Sua verdade, descobrimos a nossa. Nessa descoberta, a verdade de Deus e a nossa implicam consequências para a vida de cada um. Quando se tem esta verdade não há outra coisa a decidir e a fazer do que optar por sermos felizes tentando descobrir, orando, a verdade da vontade de Deus nas nossas vidas, todos os dias e a cada momento... E uma vez feita esta descoberta: Fazer! Fazer sempre! Nunca Baixar os Braços! Amar! Amar sempre!

Hoje não estou muito contente. Estou, cada vez mais,  a tomar consciência de que quem me rodeia e eu, provavelmente, por contágio, nos estamos a tornar gente desapaixonada, morna, desinteressada... O que é que nos faz levantar de manhã da cama? O que é que nos motiva a trabalhar, estudar, ler, sorrir, fazer o que fazemos no nosso quotidiano? Porque é que fazemos o que fazemos e organizamos o nosso dia com cada rotina por mais pequena que seja? Qual é o centro da nossa vida?

Andamos muitas vezes tão acelerados que nem pensamos nestas coisas e elas acabam por aparecer no nosso ritmo sem haver razão, apenas porque sim. Porque sim para mim não chega. Não quero com isto dizer que ache positivo afundar-me em porquês de forma que já consiga mexer um dedo, de tal forma questione tudo, mas alguns destes porquês são questões importantes. Não me passa pela cabeça viver cada dia sem que sinta o sentido da minha vida. o sentido de ser pai, de ser professor, de ser cientista (ou projecto!), de ser filho, de ser homem, de ser FILHO! Isto, é claro que não se consegue sempre. A vida dá muitas voltas e nós nem sempre estamos preparados para o que nos vai acontecendo de bom e de menos bom. Lidar com tudo leva tempo de adaptação e de reacção mas quando sabemos onde estamos é muito mais fácil sabermos para onde temos de ir e como.

Viver não é fácil mas eu não acredito que estou aqui fara andar a flutuar ou a pairar levado pelas correntes ou pelas aragens. quero mesmo ir mais fundo, fincar os pés no chão e caminhar de forma a que os meus passos me levem de forma segura, sustentada, quente... Quero ser digno de ser chamado Filho. Mesmo que dê muitas cabeçadas pelo caminho. Importa-me mais não desistir do que tudo o resto, porque com as minhas limitações (inclusivé a limitação da compreensão que tenho de tudo isto que não é ainda a mais acertada concerteza) eu quero ver Deus. Centrar a minha vida na Fonte e Meta: Cristo. Ver como sou visto. Ser salvo. Quero ser e ajudar os que me rodeiam a serem também eles felizes! Tenho a certeza absoluta disso. Nada disto é fácil mas também sei que não é impossível...

Hoje não estou muito contente, mas continua a haver caminho para fazer independentemente disso... aqui vai... mais um passo!...

O princípio de qualquer coisa é de facto um momento delicado.. Tudo está em aberto, tudo são incógnitas, o mundo é uma tábua rasa... Isto muitas vezes torna-se razão para que baixemos os braços antes de algo ou, pelo menos que pensemos em desistir, mas isso não leva a lado nenhum. E quando pomos os pés na terra, a nossa história é uma colectânea de contos inacabados, de momentos interrompidos e de experiências que ficaram por viver. Dessas e desses vou tendo alguns mas não são regra. Sou curioso demais, sou teimoso demais... Quero sempre ver o que está depois de mais um passo, quero ouvir mais uma nota, quero ir mais, saber mais, mas acima de tudo ser mais... Não gosto de meias águas... Quero ser eu todo, mesmo que no processo parta o nariz em algum lado mais saliente onde a minha distracção ou asneira me leve. Sim, asneira, porque as minhas asneiras também são minhas.Não são "orgulhosamente" minhas! São minhas simplesmente, também fazem parte de mim e da minha história... Esta história que tenho escrito, em tudo apaixonadamente, que é minha mas que, agora, quero partilhar um pouco... Aqui, em algumas linhas que fôr escrevendo...

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