É muito mais fácil sermos/termos/usarmos máscaras que vamos inventando à medida que a nossa história se vai escrevendo. A maior parte das vezes que sinto isto em mim não tem a ver tanto com conformismo da minha parte em relação a pressões externas mas sim à falta de conhecimento de mim mesmo: é mais fácil inventar ou assumir uma persona que seja o que se está à espera do que ir ao mais fundo de mim, saber quem sou e ser. Simplesmente ser!
Este ser para mim não é unicamente um ser humano é Ser e realizar o que de mais fundo a vontade de Deus tem para mim. A razão de não sermos completamente felizes aqui e agora prende-se com isto mesmo, com a luta constante, e a angustia que daí advém, entre o que transparecemos (até mesmo para nós mesmos) e o que somos no mais fundo do nosso ser e nos sonhos de Deus.
Deus ama-nos mas não pode amar as nossas máscaras porque são mentiras, fábulas, fantasias que vamos construindo para acalmar, aconchegar a nossa alma e dar alguma tranquilidade à nossa vida. E muitas vezes resulta ainda que temporariamente mas cedo chegamos à conclusão que isso é insuficiente e nessa epifania cresce ainda mais a angustia de estarmos longe... longe da vontade de Deus e da Sua verdade, e como consequência da nossa verdade.
E no meio deste processo todo tem alturas em que me sinto muito cansado parece que saio sempre derrotado desta luta. É desesperante sentir que a história se vai sempre repetindo como um ciclo vicioso que, na maioria dos casos, não consigo romper. Na maioria dos casos... Mas vou tendo, de qualquer das formas, algumas vitórias e fico muito feliz com isso. Nos que me rodeiam também aprendi a reconhecer igualmente as suas vitórias neste combate, mesmo que eles nem se apercebam que luta é que estão a travar...
Quero mesmo ir mais longe, como dizia noutro post, arrancar de mim o que é aparente, fantasia e máscara para que aquilo que fica desse vazio deixado por todas as minhas ilusões, seja a vontade de meu Pai. Para que na Sua vontade eu seja (e faça todos à minha volta) feliz.

2 comentários:

Uau :b
Se calhar estas máscaras que estão por cair, que se arrastam nesse processo 'cai, não cai', podem realmente significar uma falta de conhecimento pessoal, porque é mais fácil inventar um outro 'eu' que corresponda às nossas expectativas, porque é mais fácil isso do que assumir, ainda que, não orgulhosamente, as nossas fraquezas. Penso que, o facto de não procurarmos, no fundo de nós mesmos, quem somos, passa por ser um comodismo. E, perante esta reflexão, assumo-me como comodista, porque eu também não procuro, porque me mantenho neste pequeno mundinho onde sei que devia dar a cada dia mais um passo, mas onde se torna dificil sair do conforto...
A minha questão é 'Será que esta minha zona de conforto servirá como desculpa para escapar aos medos que teimo em não enfrentar?'
Enfim...

Beijinho*

Não duvido que estamos sempre a caminho e é um caminho bom de se fazer. Pelos seus altos e baixos, pelas tristezas e pelas alegrias. Mas não sei se posso dizer que é um céu já aqui. Às vezes poderia ser um 'céu já aqui' se vivessemos sempre por amor e nem sempre é assim, por vezes só vivemos porque sim... Mas nada disso tem de ser éfemero...
Beijinho*

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